A Inteligência Artificial Generativa redefine o futuro do Direito

Por Paulo Silvestre

A Inteligência Artificial Generativa já é uma realidade incontestável e, sinceramente, um caminho sem volta. Sejamos diretos, aqueles que ainda questionam se essa tecnologia é apenas um “hype” estão não apenas atrasados, mas correndo o risco de se excluir do mercado jurídico.

Muitos advogados ainda resistem em aceitar o óbvio, o que me leva a crer que estão repetindo erros do passado. Negligenciar a transformação tecnológica pode custar caro, especialmente considerando que tecnologias já estabelecidas em outros setores só começaram a ganhar espaço no Direito recentemente.

A pandemia acelerou a transformação digital no setor jurídico, promovendo mudanças mais profundas nos últimos três anos do que nos dez anteriores. Agora, com o avanço da IA Generativa, o ritmo não apenas continua, mas se intensifica.

Projeções para a IA Generativa no Direito

Com o avanço da IA Generativa, cerca de 50% das atividades empresariais poderão ser automatizadas em uma década, segundo projeções. A consultoria McKinsey prevê que até 2030 esse número poderá atingir até 70%, marcando uma revolução sem precedentes.

Para quem já experimentou ferramentas como o GPT, seja na versão gratuita ou paga, é evidente que essa tecnologia está transformando a maneira como pensamos e trabalhamos. Com a previsão de lançamento do GPT-5, estamos diante de uma nova era de possibilidades para o Direito.

Richard Susskind sintetiza perfeitamente”O advogado não será substituído pela IA, mas pelo advogado que a utiliza.”

Uma aliada, não uma ameaça

Embora muitos temam que a IA Generativa substitua profissionais do Direito, ela não é capaz de replicar criatividade, julgamento crítico e empatia humana. Essa tecnologia deve ser vista como uma ferramenta que potencializa capacidades, permitindo que os profissionais foquem em atividades estratégicas e de maior valor.

Uma janela de oportunidades

A IA Generativa está nivelando o campo de jogo. Pequenos escritórios de advocacia agora têm acesso a ferramentas que antes eram exclusivas das grandes bancas, aumentando sua competitividade.

Além disso, as expectativas dos clientes estão mudando. Eles demandam personalização e agilidade, vantagens que os escritórios menores podem oferecer com mais facilidade. Enquanto isso, grandes bancas enfrentam desafios para se adaptar devido à rigidez de suas estruturas e à concorrência global.

Estratégias para adotar a IA Generativa no seu escritório

A introdução da IA Generativa no mercado jurídico exige planejamento estratégico. Não basta apenas implementar a tecnologia; é necessário compreender seu impacto no cotidiano dos colaboradores, clientes e na estratégia geral do escritório.

Como Começar?

1. Avalie o contexto do seu escritório. Identifique onde a IA pode agregar valor, como automatização de tarefas repetitivas ou análise de grandes volumes de dados.
2. Desmistifique a tecnologia. Combata mitos e esclareça colaboradores sobre os benefícios da IA Generativa.
3. Identifique aplicações de alto impacto. Escolha duas ou três áreas prioritárias para iniciar testes e implementar soluções.
4. Envolva a equipe desde o início. Encoraje feedback constante para garantir que a tecnologia atenda às necessidades reais do escritório.
5. Invista em capacitação. Desenvolva competências-chave para que advogados e colaboradores aproveitem ao máximo as ferramentas.

O impacto cultural da IA Generativa

A IA Generativa não transforma apenas processos; ela é uma catalisadora de mudanças culturais. Com ferramentas avançadas, como um projeto pioneiro que idealizamos em parceria com a Microsoft, advogados relatam maior transparência, agilidade e engajamento. Essas mudanças culturais são fundamentais para um setor tradicional como o Direito, promovendo experimentação e inovação.

Atratividade para Talentos

Ferramentas de IA Generativa também estão ajudando na retenção de talentos, especialmente entre as gerações mais jovens, que valorizam ambientes tecnológicos e inovadores. Isso pode representar uma vantagem competitiva significativa para escritórios que adotam essa abordagem.

IA Generativa e o futuro do Direito

A adoção da IA Generativa exige mais do que acesso à tecnologia; ela requer mudança estratégica. É essencial pensar além do presente, avaliando como a tecnologia pode impactar não apenas o seu escritório, mas também os setores em que seus clientes atuam.

Perguntas-chave para reflexão:

• Quais tarefas podem ser automatizadas no seu escritório?
• Como a IA Generativa pode melhorar a experiência do cliente?
• Quais competências precisam ser desenvolvidas para aproveitar ao máximo essa tecnologia?

A transformação trazida pela IA Generativa não é opcional. Para advogados e escritórios que desejam se destacar no mercado jurídico, é hora de agir. Não se trata apenas de acompanhar mudanças, mas de liderá-las, moldando o futuro do Direito com inovação e coragem.

Comece pequeno, experimente e colha os frutos de um futuro mais eficiente e inovador.

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Autor: Paulo Silvestre de Oliveira Junior

Paulo Silvestre de Oliveira Junior é especialista em desenvolvimento estratégico e inovação no setor jurídico, com mais de 14 anos de experiência em liderar projetos transformadores para departamentos jurídicos e escritórios de advocacia. Graduado em Gestão Estratégica pelo IBTA, possui especializações em Business Innovation e um MBA em Segurança da Informação pela FIAP, além de formação em Inovação Corporativa e Estratégia Digital pelo MIT.

É o criador do Generative AI-Centric Law Firm Model, framework pioneiro que orienta a adoção estratégica de IA generativa por escritórios de advocacia e hoje é uma referência global. Atualmente, atua como Diretor de Inovação e Desenvolvimento no Buttini Moraes Advogados e é fundador da Absense Tecnologia e da IT Legal Experts – Innovation & Technology.

Autor de “Direito em Transformação – Estratégia e Inovação para Advogados”, Paulo é reconhecido por integrar tecnologia e estratégia para impulsionar a inovação no Direito, inspirando escritórios ao redor do mundo a transformar suas operações.